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Por Elias Feitosa de Amorim Junior

Mestre em História da Arte (Unicamp, 2019)
Bacharel e licenciado em História (USP, 2004)

A arte maneirista é uma consequência das transformações do renascimento clássico que entrara em decadência. Alguns historiadores o consideram um estilo de transição entre o Renascimento e o Barroco.

Paralelamente ao Renascimento clássico, desenvolveu-se em Roma, por volta de 1520 até meados de 1610, a arte maneirista. O termo tem origem na expressão italiana la bella maneira e significa “a bela maneira”. Tratava-se de uma tendência para a estilização exagerada que se transformou na sua identidade, extrapolando assim, as rígidas linhas dos modelos clássicos.

O ambiente de tensão que se instaurou na Europa em virtude dos abalos provocados pelos movimentos da Reforma, foi responsável em certa medida pela gradativa construção de um pensamento ligado às artes que buscava defender os interesses da visão doutrinal do papado e daquilo que a Igreja de Roma entendia por “correto”, remetendo à espiritualidade medieval e portanto, favoreceu o surgimento da arte barroca.

Pintores, arquitetos e escultores foram impelidos a deixar Roma com destino a outras cidades. Valendo-se dos mesmos elementos do Renascimento, mas com um espírito totalmente diferente, criam uma arte de labirintos, espirais e proporções estranhas, que são, sem dúvida, a marca inconfundível da arte maneirista.